PAUTA ABERTA
Como parte da agenda do país, somente agora, depois do carnaval, começa o ano, sobretudo na instância política. Dois mil e dezesseis será atípico, pois tem na pauta o pedido de impeachment da presidente da República, o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados e a possibilidade, ainda, de se colocar no mesmo balaio o presidente do Senado. A inflação se mantém indomável, e há uma eleição municipal pela frente.
Indo por partes, a situação de Dilma Rousseff, Eduardo Cunha e Renan Calheiros precisa ser definida ainda neste primeiro semestre, pois não faz sentido o país ficar preso numa agenda única ante tantos desafios. O impasse político está comprometendo a discussão econômica, forjando um quadro de perdas coletivas. Trabalhadores e empresários vivem o drama da recessão e pagam uma conta que precisa ser repartida com as demais instâncias, o que, no entanto, só será possível quando Brasília destravar sua pauta.
A sucessão nos municípios é outra demanda importante, pois extrapola os limites das cidades e torna-se referência para o pleito nacional. Os partidos precisam ampliar suas bases, principalmente nas regiões de maior densidade eleitoral, o que faz do pleito uma luta aberta por espaço. A campanha deste ano tem um cenário incomum, recheado de incertezas. Os prefeitos que vão tentar a reeleição e os candidatos que postulam o posto estão conscientes das dificuldades das prefeituras, o que potencializa a importância do discurso. Quem prometer o que não poderá cumprir estará fadado à cobrança antecipada do eleitor. Afinal, as ruas não vivem mais a ingenuidade de outros tempos, quando palavras bonitas e promessas vãs davam voto. Hoje, são a porta mais fácil para o fracasso.