Represa de São Pedro já acumula 50% de água
O volume de chuvas observado no mês de novembro já se aproxima da média histórica do período. Até o fim da tarde de ontem, o acumulado era de 194,2 milímetros, sendo que a média observada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nos últimos 30 anos, é de 199 milímetros. Caso ultrapasse o índice, este será o primeiro mês de chuvas frequentes deste ano em que o acumulado será maior que o esperado. Nos meses de janeiro, fevereiro, março e outubro o resultado alcançado ficou entre 27,7% e 89,7% da média. A situação também é considerada alívio para o abastecimento de água no município, e nos mananciais já há indícios de recuperação.
O exemplo mais impactante está na Represa de São Pedro que, apenas nesta semana, saiu de nível de acumulação zero para 50%, regularizando a vazão de água que sai para a Estação de Tratamento de Água (ETA) e, consequentemente, garantindo a chegada do recurso sem contratempos para cerca de 8% da população, o que representa parte da Cidade Alta. Em dias críticos, caminhões-pipa chegaram a ser acionados para buscar água de João Penido e levar até a ETA da região.
Apesar da melhora no quadro, a Cesama manterá o rodízio pelo menos até a próxima sexta-feira, dia em que nova avaliação será feita. O objetivo é garantir tranquilidade para o próximo período de estiagem, a partir de abril, pois os outros mananciais continuam com nível baixo. Isso ocorre porque os últimos meses tiveram acumulado de precipitações muito abaixo da média. Conforme a companhia, João Penido está com 26% da capacidade, e Chapéu D’Uvas, 40%. Esta última, no entanto, opera com menos da metade de sua vazão por causa das obras de ampliação da ETA que a atenderá, ainda em andamento e com previsão de término em março.
Estragos
Se a chuva causa alívio para abastecimento, ela também se torna sinônimo de preocupação para a Defesa Civil. Apenas entre a noite de quinta-feira e o fim do dia de ontem, o órgão registrou 19 ocorrências. A região Norte foi a mais afetada, com seis chamados, seguida do Centro, com três. As zonas Nordeste, Sudeste, Leste, Sul e a Cidade Alta tiveram duas solicitações cada. Na Rua Maria Lanziotti Barra, no Bairro Santa Cruz, região Norte, os fundos de uma casa ameaçam cair devido à movimentação de um barranco. O imóvel já estava desocupado, mas há tensão por causa de uma casa que fica no nível abaixo da rua. A Defesa Civil orientou que os moradores desta propriedade evitem os cômodos dos fundos enquanto a demolição do imóvel de cima não seja feita. Conforme a assessoria de comunicação do órgão, a ação já foi autorizada pelo proprietário, e deve ser feita na semana que vem.
Segundo o meteorologista Luiz Ladeia, do 5º Distrito do Inmet, até segunda-feira ainda existe a previsão de chuvas em áreas isoladas. O céu deverá oscilar entre o claro e o parcialmente nublado. “A partir de terça-feira, existe a tendência de estabilização. Importante é que os modelos climatológicos mostram que, em dezembro, o acumulado de chuvas também deve ficar próximo do valor histórico, o que dá fôlego para as represas”, informou. No próximo mês, a média de chuvas esperada é de 327,1 milímetros.