Inquérito aponta 6 casas tomadas por criminosos
O inquérito aberto para apurar a expulsão de famílias por traficantes do Residencial Parque das Águas, na Zona Norte, já identificou, pelo menos, seis casas que teriam sido tomadas pelos criminosos. De acordo com o titular da 3ª Delegacia de Polícia Civil, Rodolfo Rolli, além dos imóveis mapeados, ele recebeu, na última segunda-feira, outros dois ofícios da Caixa Econômica Federal denunciando o problema no empreendimento. “As últimas denúncias foram feitas por telefone e de forma anônima. O medo de represálias é um problema para as investigações. Até agora ninguém veio até à delegacia representar formalmente”, disse.
Conforme Rolli, das residências onde famílias foram expulsas, três se transformaram em bocas de fumo e as outras três em bares. “Além da venda e consumo de drogas, as investigações apontaram que estes locais estão servindo de esconderijo para bandidos após os mesmos cometerem delitos”, afirmou. Conforme as apurações, nos bares, os criminosos “realizam festas regadas a bebidas e drogas para comemorar crimes que praticaram”. Rodolfo Rolli acrescentou que irá pedir providência à Prefeitura para que estes bares sejam fechados. “As casas não podem, em nenhuma hipótese, ser transformadas em estabelecimentos comerciais. Eles não tem esta autorização para funcionar e precisam ser fechados imediatamente”, completou.
Embora as apurações não estejam concluídas, na manhã de ontem, o procedimento foi remetido à Justiça, com pedido de mandados de busca a apreensão para diversos pontos. “Agora dependemos destes mandados para dar prosseguimento à ação. Por enquanto, ainda não foi possível apontar quem é o responsável pelas expulsões”, afirmou o delegado. Segundo ele, denúncias semelhantes em outros condomínios do “Minha Casa, Minha Vida”, também na Zona Norte, estão sob investigação.
Por meio de nota, a Caixa Econômica Federal informou que “entrou com pedido de reintegração de posse das unidades. O pedido foi acatado pelo Poder Judiciário e está sendo cumprido pelos oficiais de justiça. A Caixa esclarece que não negocia com invasores e busca sempre preservar o direito dos reais beneficiários devidamente selecionados pelo Município, de acordo com a regras do programa Minha casa, minha vida”.
Em Muriaé
Nesta semana, a Polícia Civil de Muriaé desarticulou um esquema semelhante. Quatro suspeitos de expulsar moradores de um condomínio popular construído pela Caixa foram presos. A suspeita é que eles tenham ocupado as residências e se apropriado de uma área comum do conjunto habitacional para transformá-la em um bar. Uma das famílias ainda teve a casa saqueada e perdeu todos os bens. Conforme a Polícia Civil, as investigações tiveram início há mais de um mês. Os suspeitos também estão sendo investigados pelo envolvimento com o tráfico de drogas no local.