Mais federais paradas
Com o início do semestre letivo suspenso por decisão do Conselho Universitário (Consu), a UFJF ainda segue sem uma data prevista para a retomada das aulas. Baseada na impossibilidade de realização de matrículas de alunos ingressantes pelo Pism e pelo Sisu, a decisão não é um caso isolado no estado. Seis das 11 universidades federais do estado já confirmaram oficialmente a suspensão das aulas: UFJF, Ouro Preto (Ufop), Lavras (Ufla), Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Técnicos-administrativos da UFMG se reuniram ontem em assembleia na presença do reitor e pró-reitor de Graduação. Um pedido para que se estabelecesse um cronograma para a realização das matrículas foi feito aos servidores grevistas, sendo acatada a proposta de iniciá-las na próxima segunda e o retorno das aulas no dia 24, concluindo o final do semestre ainda em 2015. O Sindifes, que representa os técnicos em negociação, questiona ainda se realmente haverá a possibilidade de iniciar as aulas, dada a falta de funcionários que possam cumprir com as atividades básicas.
Em Juiz de Fora, o Sintufejuf se manteve irredutível à proposta de apresentação de um cronograma para efetuar as matrículas. “Enquanto a greve perdurar, não haverá matrícula e o início do período. Se aprovássemos o início do calendário, isso significaria o término da nossa greve. O Conselho Superior não tem prerrogativa de determinar quando a greve vai acabar”, explicou o coordenador geral, Lucas Simeão. Segundo o sindicalista, a decisão da UFJF em suspender o calendário contribui para o movimento, já que “dará visibilidade à greve e forçará o Governo a negociar”, afirma. Paralisados por mais de 60 dias, os servidores rejeitaram a proposta de reajuste de 21,3% em quatro anos apresentada pelo Governo federal, sem resultados sobre outras reivindicações. Uma caravana de técnicos da UFJF deve ir à Brasília nos dias 5 e 6 de agosto para um movimento nacional, buscando pressionar o Governo nas negociações.
Outra decisão que é aguardada pela comunidade acadêmica se refere ao indicativo de greve dos docentes da instituição. Com assembleia agendada para o dia 4 de agosto, os professores irão votar novamente a possibilidade de paralisação. O presidente da Associação de Docentes de Ensino Superior (Apes), Joacir Melo, afirma que a assembleia está mantida, onde será discutida a atual conjuntura da universidade após a decisão do Consu, além das pautas de reivindicação dos professores.
Limpeza
Em referência à reportagem publicada na edição de ontem, na qual são apontados os problemas de limpeza e conservação no anel viário da UFJF, a empresa Terceiriza Serviços LTDA negou que tenha decretado falência. A empresa afirma que possuía dois contratos assinados com a universidade para prestação de serviços de apoio em diversos setores e também de vigias desarmados. A empresa nega que o contrato expirado no dia 22 de julho tenha relação com a conservação do campus. Na verdade, o contrato era relacionado a outros serviços e, entre eles, o de jardinagem. A UFJF, por sua vez, corrigiu a informação de que houve falência da empresa. O pró-reitor de infraestrutura, José Carlos Simão Maluf, explicou que houve um “rompimento do contrato” de número 118, tendo a universidade assumido o pagamento do salário de aproximadamente 90 funcionários que atuavam também na limpeza do anel viário e conservação dos jardins. À época, a decisão foi intermediada pela Procuradoria do Trabalho em Juiz de Fora. Maluf afirma que o edital para a contratação de uma nova empresa já está sob análise jurídica e deve admitir 140 novos servidores.