Caçadora de maravilhas
Ela não sabe fazer crochê, nem tricô. Também é péssima na cozinha, mas o que é que tem isso a ver? Ela é uma caçadora de maravilhas. Escolhe um dos chapéus de sua coleção, agarra na sombrinha preta de bolinhas brancas, calça tênis, veste meião colorido e vai para mais uma aventura. Embora na vida real ainda não tenha netos, espevitada como ela só, já se intitula Vó Filó. Quem quiser conhecê-la, pode ler “Vó Filó” (Gryphon Edições, 25 páginas), que será autografado nesta quinta-feira, às 18h30, na Biblioteca Murilo Mendes, com direito à contação de histórias. Se tiver um pouquinho de sorte, também é possível encontrá-la por aí, de carne e osso, rodeada de crianças, adotando árvores, como aconteceu no último dia 18, quando a Tribuna fotografou um passeio com os alunos do Colégio Santos Anjos ao Parque da Lajinha.
“A Vó Filó é uma delícia, brincalhona, alegre e vive roxa porque bate nas coisas”, conta Magda Trece, a intérprete da simpática senhorinha. Foi só pular para as páginas de um livro em forma de desenhos para ficar recheada de compromissos e acumular amigos no Facebook. Filomena esteve entre as convidadas da segunda edição da Festa Literária de Rio Novo e tem percorrido praças e escolas da cidade. Não é que já existe até chaveiro, fronha, caneca e chinelo com a foto da atrapalhada? E o que dizer de um samba composto pelo músico Guiley Cardoso, contrabaixista da banda Eminência Parda? “Virou uma marca, e não estamos tendo tempo para isso. Por isso, estamos jogando os produtos aos poucos na internet.”
A autora comenta que, em menos de um mês, de uma tiragem de mil exemplares, vendeu mais de 300. “As escolas estão vendo a movimentação na internet e pedindo a minha visita, o que nunca aconteceu. Acredito muito que o livro vá ter segunda edição.” Nascida em Mar de Espanha, onde bate ponto dia 4 de setembro, Magda Trece é radicada em Juiz de Fora há aproximadamente 30 anos e aqui, além de escrever e contar histórias, atua como auxiliar de biblioteca. “Uma biblioteca funciona quando você consegue achar a veia da criança. Não adianta tentar passar literatura de terror para quem adora aventura. Temos que começar com o que ela gosta, descobrir o perfil dela, ir por esse caminho e inserir outros.” Pela Lei Murilo Mendes, assina “O livro amarelo” (2008) e “O jogo das profissões” (2011). A entrevista com Vó Filó pode ser conferida neste sábado, às 10h30, com reprise na segunda, às 14h30, no programa “Sala de leitura”, da Rádio CBN Juiz de Fora (AM 1010). O próximo passo? Pode ser que surja a coleção “As sete maravilhas da Vó Filó”.
VÓ FILÓ
Noite de autógrafo, 27 de agosto, às 18h30
Biblioteca Municipal Murilo Mendes
(Praça Antônio Carlos)