Formando Pérolas Negras
Após 19 dias de viagem, a equipe de futebol sub-15 do Pérolas Negras, do Haiti, encerrou sua excursão pelo Brasil em Juiz de Fora, no Campo da Faefid, onde venceu a equipe da UFJF por 4 a 3. Comandados há quatro anos pelo técnico juiz-forano Rafael Dias, os haitianos comemoraram não só as vitórias obtidas em campo, mas também a conquista cultural com a experiência. O projeto é tocado desde 2011 pela organização não governamental brasileira Viva Rio.
“Fechamos com saldo positivo. Perdemos só duas partidas, para Flamengo e Portuguesa. Conseguimos uma vitória muito legal sobre o Atlético-MG. Retornamos com a felicidade do dever cumprido”, avalia Rafael Dias, que tem ao seu lado três outros brasileiros na comissão técnica: a nutricionista Gisele Bueno, o fisioterapeuta Rafael Guiduci, além do auxiliar técnico Wesley Assis, que se juntou ao grupo durante a excursão. “Quem conhece o Haiti só pelas tragédias conseguiu ver também meninos capacitados para o futebol. Nosso principal objetivo no projeto é aliar o lado social ao trabalho de formação de alto rendimento, para que esses meninos possam alcançar o objetivo de serem jogadores profissionais de futebol.”
Unânime entre os garotos do Pérolas Negras, o sonho por uma vida melhor vivendo da bola também fascina Alan Jerome. Aos 15 anos, o goleiro fez questão de aprender um pouco do português pela convivência com a comissão técnica brasileira. Tudo para ajudar no desejo de atuar em um time brasileiro. Se possível, no clube do coração. “Sou Flamengo. Quero jogar no Brasil. Gosto dos times brasileiros. Aprendi um pouco de português com meu treinador para poder jogar aqui”, afirma Jerome, feliz por ter enfrentado o clube do coração, apesar da derrota.
Durante a viagem, os haitianos colecionaram bons resultados. Em 12 jogos, foram dez vitórias e apenas duas derrotas. Além disso, seis garotos despertaram o interesse do Boavista-RJ e voltarão ao Brasil em algumas semanas para serem integrados à base do clube de Saquarema.