Rock para inglês ouvir
Separados mais pelo tempo que por estilo, a psicodelia dos anos 60 e o brit rock das décadas de 1980 e 1990 formam a essência musical do quinteto juiz-forano The Basement Tracks, que lança, neste sábado, seu primeiro EP, “Songs from the orange”, com direito a show no Café Muzik durante a festa “London Calling”. A apresentação da banda (formada por Victor Fonseca na guitarra e vocais, Ruan Lustosa na outra guitarra, Rodrigo Baumgratz no contrabaixo, Lucas Duarte na bateria e Ruy Alhadas nos teclados) terá ainda as projeções do parceiro Mário Jorge, e o DJ Ramos comandará a pista de dança. Antes de colocar o disquinho prateado à venda durante o lançamento, o grupo pretende disponibilizar já nesta sexta-feira a audição do seu trabalho de estreia, por meio da página do Basement Tracks no SoundCloud.
Produzido de forma independente entre maio e novembro do ano passado pela própria banda no estúdio Maquinaria , “Songs from the orange” traz cinco canções que serviriam muito bem para justificar, em pleno século XXI, o apelido de “Manchester mineira” dado a Juiz de Fora tanto tempo atrás. Músicas como “Ocean’s son” e “Vietnam” lembram as trips sonoras de bandas do porte do Primal Scream, The Verve, Stone Roses e a célebre cena de “madchester”, surgida há cerca de 25 anos, sem se esquecer das guitarras vibrantes do brit rock e dos vocais etéreos que poderiam estar muito bem em um álbum do Ride.
“A banda começou com umas influências mais restritas, de um rock mais pesado, como Black Rebel Motorcycle Clube, Black Sabbath, Black Keys, e com o tempo fomos expandindo o som para essa sonoridade do final dos anos 60, a pegada pós-punk dos anos 80. Com o acréscimo do Ruy, passamos a ouvir mais bandas dos anos 90, do brit rock e também bandas atuais que têm influência dessa psicodelia dos anos 60, como o Tame Impala”, explica o guitarrista Ruan Lustosa. Para a mixagem e masterização das faixas (com exceção de “Ocean’s son”, lançada como single em 2014), foi recrutado Braúlio Almeida – o mesmo que já havia trabalhado na produção do EP “Zero”, do conterrâneo Filipe Alvim, lançado pela Pug Records em 2013.
“A decisão (de produzir o álbum) foi artística, gostamos de ter o que fazemos bem próximo da gente. Era um lance de deixar o som do jeito que a gente queria, sendo perfeccionista em algumas coisas, demorou um pouco mais para produzir, porque refizemos algumas coisas, principalmente a parte vocal”, conta Ruan. “Mas ficou bem a nossa cara.” A mixagem e masterização, feita entre julho e agosto por Bráulio Almeida, contava com a orientação constante do quinteto, formado em 2011 mas que só agora lança seu trabalho de estreia. “Um dos motivos para essa demora é que procurávamos alguém de confiança para mixar nossas músicas. Trabalhamos com o Pedro Zopelar no ano passado, com ‘Ocean’s son’, mas não pudemos continuar com ele. E aí a gente gostou muito da produção do Bráulio para o disco do Filipe Alvim, então pedimos o contato dele para o dono da Pug Records, o Eduardo Vasconcelos.”
O Basement Tracks já tem planos traçados para o futuro. O próximo passo é divulgar o EP e entrar em contato com gravadoras independentes para a distribuição de “Songs from the orange”, além de tocar no maior número possível de palcos por aí. Mais para o fim do ano, a intenção é voltar ao estúdio para gravar as outras canções do quinteto (que poderão ser conferidas no show de sábado) e lançar um álbum “cheio” em 2016. “Mas primeiro queremos ver o que vai rolar com o EP”, finaliza Ruan.
THE BASEMENT TRACKS
Neste sábado, 5, às 23h
Café Muzik
(Rua Espírito Santo 1.081)