App conecta clientes e motofretistas em JF
Da mesma forma que juiz-foranos já pedem táxi, comida e acessam outros serviços pelo smartphone, agora também poderão solicitar, via celular, a busca e a entrega de objetos e documentos através dos serviços oferecidos pelos motofretistas. O aplicativo “Tá na escuta” foi lançado para conectar clientes e motoboys por meio de um sistema on-line, sem a necessidade de ligar para um profissional específico. A aplicação funciona com lógica semelhante à dos aplicativos de táxi. Basta inserir o endereço de coleta e o de entrega e o motofretista disponível mais próximo aceita a corrida. No momento do pedido, o valor da entrega já é informado com base na distância a ser percorrida e, após a coleta do pacote, o solicitante pode acompanhar o trajeto do motoboy até o destino final. O sistema não permite enviar novos pedidos até que o motoboy finalize a entrega que estiver em andamento. O aplicativo pode ser baixado pelos usuários dos sistemas operacionais iOS, na Apple Store, e Android, na Google Play.
A meta dos desenvolvedores é, até o final do ano, alcançar 20% dos cerca de três mil motofretistas que atuam em Juiz de Fora, segundo dados da própria empresa. Há pouco mais de um mês no ar, o “Tá na escuta” já tem mais de 80 profissionais cadastrados. Mas apenas metade está em condições de atender pelo aplicativo. Isto porque os motoboys precisam ter o curso de motofretista, pelo menos dois anos de carteira de moto e fazer uma vistoria na motocicleta. “Hoje 80% da classe é irregular e 10% é ilegal. Com o aplicativo, nós trazemos esse profissional para a regularidade, porque ele se torna microempreendedor individual. E, ao final da corrida, pode emitir nota fiscal”, explica um dos criadores do “Tá na escuta”, Fabiano Nejaim.
Estudos da empresa apontam que hoje o tempo médio de uma entrega em Juiz de Fora gira em torno de 40 minutos, contando o momento de acionamento do motoboy, a coleta do objeto e a entrega no destino final. Nos primeiros testes realizados com o aplicativo, esse tempo encurtou para algo entre 16 e 26 minutos, redução de até 60%. Isso porque a tecnologia pode diminuir as corridas vazias, aquelas em que o motoboy trafega com o baú sem mercadoria. “O aplicativo organiza o fluxo de motoboys, que hoje fazem entre 30 a 35 mil entregas diárias aqui na cidade. Com a redução no tempo, os profissionais conseguem fazer mais corridas em um dia”, defende Fabiano.
Bandeirada a R$ 8 até três quilômetros
Atualmente o preço das corridas dos motofretistas em Juiz de Fora varia de acordo com as tabelas adotadas pelas empresas e os profissionais autônomos. O “Tá na escuta” propõe uma bandeirada de R$ 8, para corridas de até três quilômetros. Acima dessa distância, o valor aumenta R$ 1 por quilômetro. Para cruzar os cerca de seis quilômetros da Avenida Rio Branco, por exemplo, o cliente pagaria cerca de R$ 11. O acerto pode ser feito via cartão crédito direto pelo aplicativo ou em dinheiro, no momento da entrega ou coleta pelo solicitante. Os motoboys cadastrados no sistema não pagam mensalidade, mas contribuem com uma porcentagem de cada corrida feita pelo “Tá na escuta”.
Há três anos como microempreendedor individual no ramo da motoentrega, o motoboy Gimerson Carneiro Ferrari, 42 anos, aderiu ao aplicativo no início de janeiro. “Já tenho meus clientes fixos e, quando estou disponível, fico de olho nas chamadas do aplicativo. Ele é interessante principalmente para quem está começando agora e não tem muitos clientes ainda. A grande vantagem é que não precisa ter um local fixo de trabalho, aguardando uma chamada. Posso estar em qualquer lugar”, avalia. Conforme o profissional, as empresas que atuam neste ramo na cidade costumam repassar 50% do valor da corrida aos motoentregadores. Pelo aplicativo, o repasse chega a 70%, segundo ele.
Avaliação
Assim como já acontece com os taxistas filiados a aplicativos específicos para a categoria, os motoboys vinculados ao “Tá na escuta” podem ser avaliados pelos usuários. Quanto melhor ranqueado o mensageiro, mais corridas chegam pra ele. Assim, os desenvolvedores acreditam que os profissionais estarão comprometidos com a qualidade do serviço.
Regras
Conforme as regras do aplicativo, há restrições de carga para transporte de dinheiro ou cheque; produtos com valor acima de R$ 500; objetos ilícitos; animais; armas de fogo e munições; materiais perigosos, inflamáveis e combustíveis; drogas e entorpecentes; explosivos; joias; e demais itens cujo transporte seja proibido. A mercadoria também deve respeitar as medidas e os limites de peso do baú, que suporta até 20 kg.