ÁREAS URBANAS
A migração do comércio e outros serviços para os bairros é quase um fenômeno natural das metrópoles, não apenas em função do valor dos aluguéis, que, de fato, pesa na avaliação dos empresários, mas também por outros fatores como trânsito e segurança, que perpassam a vida das grandes cidades. Mesmo com preços mais altos, o consumidor prefere, ao fazer contas, comprar ao lado de sua casa do que pegar ônibus ou carro para se dirigir ao Centro. Ademais, as mesmas opções já são vistas na periferia, como postos de atendimento, serviços bancários e lazer.
O valor dos aluguéis, como a Tribuna apontou na edição de domingo, de fato é um indutor da mudança, pois está superestimado. Em nome do lucro fácil, muitos locadores jogaram seus preços para além das cotações do mercado. E num cenário em que o aluguel tem peso específico nos custos, é mais negócio mudar, já que as margens de negociação estão curtas. Esse quadro só vai mudar quando prevalecer a máxima de oferta e de procura. Se o esvaziamento persistir, o aluguel tende a cair. Mas quando?
A descentralização dos serviços faz parte de diversos projetos de crescimento das cidades, que não podem e nem têm como comportar todos os serviços na área central, com problemas de toda ordem, sobretudo no trânsito, mas isso não significa a implementação de políticas de revitalização das áreas centrais, que podem e devem ganhar outras vocações. Em Juiz de Fora, ainda no papel, mas já anunciada, está a revitalização da Praça da Estação, um importante espaço de passagem que pode se tornar também uma referência de lazer.
O debate é vocacional. Os prefeitos e vereadores devem avaliar o que é melhor para cada região, a fim de inibir o crescimento desordenado, que se torna, sempre, um problema de médio e longo prazo.