Arnoldão is back!
O ser humano é livre para gostar ou não de Arnold Schwarzenegger, mas é inegável que o gigante austríaco tem uma vida das mais agitadas. Fisiculturista, empresário, político (foi governador da Califórnia na década passada), Arnoldão se tornou conhecido em todo o mundo no cinema, estrelando algumas das produções mais rentáveis dos anos 1980 e 1990. E havia espaço para tudo: desde comédias improváveis, como “Um tira no jardim de infância”, a produções que apostavam na ironia ao way of life do ator (“O último grande herói”), ou ficções científicas de respeito (“O vingador do futuro”).
Mas foram na ação, violência e pancadaria generalizadas que Arnold Schwarzenegger se fez ícone: os dois filmes em que interpretou o cimério Conan colocaram o austríaco no mapa. No papel do andróide T800 de “O exterminador do futuro” (1984), ele chegou ao topo, repetindo o papel em 1991 e imortalizando bordões como “hasta la vista, baby” e “eu voltarei (I’ll be back)”. E é no papel do “Terminator” que Schwarzenegger, aos 67 anos, tenta retomar o lugar que acredita ser seu no mais novo longa da franquia, “O exterminador do futuro: Gênesis”, que chega aos cinemas nesta quinta-feira.
O caminho não será fácil, porém. Depois de estrelar “Um herói de brinquedo” (1996), a carreira de Arnoldão entrou numa descendente, algo que aconteceu com muitos dos seus colegas (Stallone, Van Damme, etc.). Nem mesmo o terceiro “Exterminador” (2003) foi capaz de jogar o cartaz do musculoso ator para cima: além do filme ser fraco, havia um certo cansaço com a galera dos anos 80 que nenhuma força era capaz de evitar. Depois de se dedicar à política, “Schwarza” até conseguiu algum brilho como coadjuvante no saudosista “Os mercenários”, mas “Rota de fuga” e “O último desafio” não emocionaram ninguém. A solução encontrada foi justamente tentar ressuscitar a franquia “Terminator” após as inúmeras roubadas jurídicas em que ela esteve envolvida e dos fracassos da série para TV e do único filme sem o ator, de 2009.
Ressurreição que tem cara de remake mal disfarçado, mesmo que digam ser um reinício. Com James Cameron (diretor dos dois primeiros longas) mais preocupado com seus bichos de rabo de “Avatar”, coube a Alan Taylor requentar o suflê. A trama de Patrick Lussier e Laeta Kalogridis parte do que já sabemos: após a Skynet criar a tal inteligência artificial, a humanidade se deu mal e passou a ser caçada pelas máquinas, que nos levaram à beira da extinção. Com John Connor (Jason Clarke) liderando a resistência, ele manda Kyle Reese (Jai Courtney) ao passado para proteger sua mãe, Sarah Connor (Emilia Clarke, a Daenerys de “Game of Thrones”), de um Exterminador enviado para matá-la. No meio do caminho, porém, alguma coisa dá errado, e Reese vai parar em uma realidade alternativa (alguém pensou na nova versão de “Star trek”?).
Neste novo mundo, Sarah teve os pais mortos na infância (obra de um Exterminador?) e já é uma guria dura na queda, nada a ver com a mocinha desamparada de 1984 vivida por Linda Hamilton. O motivo? Fácil feito adivinhar final de novela: ela foi criada pelo nosso querido T800, Arnoldão em pessoa.
‘Exterminador do Bem’
Cheio de marcas deixadas pelo tempo, tal e qual o seu intérprete, o “Exterminador do Bem” é uma espécie de família para Sarah e ensinou a ela os macetes para sobreviver neste mundo cruel. A chegada de Reese deveria facilitar as coisas, mas logo surgem outros Exterminadores mais modernos e letais à procura da cabecinha da mãe do provável salvador da raça humana. E daí o público pode esperar um festival de tiros, perseguições, explosões e efeitos especiais. E Arnold Schwarzenegger, dizem os críticos, entrega-se de corpo e alma, divertindo-se como pode no papel do T800.
Se “O exterminador do futuro: Gênesis” for bem nas bilheterias, é de se esperar que uma continuação entre no radar. Para Arnoldão, o passado pode ser, enfim, o caminho para recuperar as glórias de antanho. Não à toa, ele já confirmou que voltará a encarnar Conan, O Bárbaro, na tela grande, em um filme que chegará aos cinemas em 2016 e colocará o mais conhecido cimério dos quadrinhos tendo que lidar com o fardo da realeza.
O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS
UCI 3 (3D/dub): 13h e 18h20. UCI 3 (3D): 15h40, 21h (todos os dias) e 23h40 (sexta-feira e sábado). Cinemais 4 (3D/dub): 14h20 e 19h20. Cinemais 4 (3D): 16h50 e 21h50. Palace 1 (dub): 14h10, 16h40, 19h10 e 21h40 (exceto segunda-feira). Santa Cruz 1 (dub): 16h15, 18h45 e 21h15
Classificação: 12 anos