Cassado, deputado Márcio Santiago afirma que recorrerá da decisão do TRE
Um dia após ter seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por abuso de poder político, de autoridade e religioso, o deputado estadual Márcio Santiago (Missionário Márcio Santiago, PTB), de Juiz de Fora, disse que irá recorrer da ação, que, segundo ele, não apresenta embasamento jurídico.
Em entrevista à Rádio CBN, na manhã desta sexta (28), o representante do legislativo rebateu todas as acusações, de que teria se apropriado de um evento religioso na Praça da Estação, em Belo Horizonte, às vésperas da eleição 2014, para angariar votos e questionou a sobreposição da questão esportiva em detrimento da religiosa. “De forma vil, fomos condenados por quatro votos a três. Meu suplente, (o ex-jogador de futebol Marques Batista de Abreu, do PTB), representa o Atlético Mineiro, uma torcida de futebol. Um torcida pode ter o seu representante, mas a Igreja Evangélica não. Em conversa com meus advogados após a ação ser impetrada, vimos que a ação não faz o menor sentido”, rebate.
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O pastor negou que tenha usado a palavra durante o encontro e afirma que seu tio, o apóstolo Valdemiro Santiago de Oliveira, não pediu votos a ele. De acordo com o parlamentar, “o evento faz parte de uma sequência de três encontros religiosos realizados durante o ano, promovidos desde 2000”.
Ele ainda alega panfletagem de outros cunhos no local e discorda do número do público presente, estimado entre 15 e 25 mil pessoas. “De acordo com a PM, o público do local era de no, máximo, 5 mil pessoas. Além disso, os militares confirmam a presença de caravanas de outros estados. Se fosse evento feito em função da campanha política, não fazia sentido esse público de fora do estado”, disse. “Em momento algum usei a palavra. A legislação eleitoral não diz que é preciso descompatibilizar da função de pastor para disputar o cargo político. Fui penalizado por estar presente em um evento religioso, organizado pela Igreja Mundial, onde há 12 anos eu participo como pastor e obreiro”.
O deputado disse que dará prosseguimento aos trâmites necessários, com a apresentação dos embargos de declaração para derrubada da decisão.
Questionado sobre os sete meses de atuação na Assembleia do Estado, Santigo disse estar pressionado, tanto em função da ação movida contra ele, quanto ao conhecimento dos trâmites legislativos. “Durante este tempo estou na vice-presidência da Comissão Antidrogas e trabalhando em função das comunidades terapêuticas. Venho atuando também em favor do sistema prisional, inclusive dos agentes, que estão com um concurso parado e que precisam de melhorias”, argumentou. “Tenho certeza de que a situação será revertida. Espero aguardar o julgamento do mérito com o mandato, sem perder o cargo.”
Com a decisão do TRE, Márcio Santiago ficará inelegível por oito anos. Além dele, recebeu a mesma punição o deputado federal Franklin Roberto de Lima Souza (pastor Franklin).