Dicas para conter a inflação
O consumidor tem sentido cada vez mais o peso da inflação no bolso. A conta de luz, a alimentação, os serviços e os combustíveis estão mais caros neste início de ano. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a inflação atingiu 7,7% no período de fevereiro de 2014 a fevereiro de 2015, ultrapassando o percentual de 6,4% em que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano passado. Na análise de economistas, a alta de preços deve continuar nos próximos meses, por isso, é importante organizar as finanças e evitar “armadilhas”.
O presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, afirma que este é o momento de reunir toda a família e garantir ações em conjunto para combater a inflação diariamente. “É preciso reduzir os excessos, não se endividar e economizar o quanto for possível.”
Com o aumento da tarifa de energia elétrica, o especialista afirma que as famílias devem ampliar a fiscalização sobre o desperdício. “Ações como deixar aparelhos ligados em cômodos vazios e banhos demorados podem onerar em muito a conta de luz.”
Outro reajuste que pesou para os consumidores este ano foi o da gasolina. Neste caso, ele orienta a avaliar a real necessidade do uso do veículo. “Nem sempre é preciso fazer tudo de carro.” Ele alerta, ainda, que outra forma de economizar em casa é prestar atenção na conta do telefone. “Deve-se comparar os valores do fixo e do celular para ver o que é mais vantajoso.”
Fora de casa, Domingos ressalta a importância de pechinchar e aproveitar promoções. “Mas temos que ter cuidado para não compramos o famoso “pague dois e leve três” e perdemos dois dos produtos.” Com a alta do dólar, ele diz que “não é hora de comprar produtos importados”.
Na explicação do economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Luis Carlos Ewald, o país passa por período de baixo crescimento, o que requer cuidado redobrado. “A regra principal é não se endividar.”
Segundo ele, a alimentação está entre os itens que mais tem pressionado a alta de preços, por isso, economizar neste aspecto pode fazer uma grande diferença. A compra do supermercado deve ser feita com uma lista na mão e, de preferência, sem a presença das crianças. “Assim o consumidor compra somente o que está precisando.”
A substituição de produtos também é uma alternativa. “Os preços da batata e do limão, por exemplo, estão nas alturas. Vale a pena buscar pelos similares.” Para o economista, a alimentação fora do lar é um dos grandes vilões neste período. “Se não puder evitar, fique atento para não gastar demais.”
Com relação ao encarecimento dos serviços, como plano de saúde e tarifas escolares, Ewald orienta a negociar. “No caso das escolas, o pagamento antecipado para o ano ou semestre pode render economia de até 20%.”
Para quem tem dinheiro poupado, o economista garante que o momento é bom para investir. “Acima de R$ 50 mil, pode-se optar pelo rendimento em CDB. Abaixo desse valor, o melhor investimento é a poupança.”