Empav vai fechar fábrica de manilha
A Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanismos (Empav) admite a possibilidade de fechar a fábrica de artefatos, setor da divisão de obras da empresa pública responsável pela produção de blocos de alvenaria, manilhas e bloquetes para piso e mourões de cerca. A unidade atende a demanda da Secretaria de Obras da Prefeitura de Juiz de Fora. A possibilidade é reconhecida pelo próprio diretor-presidente da Empav, o ex-prefeito José Eduardo Araújo. “É algo que já estamos estudando há algum tempo. A Empav é uma empresa 100% publica, que não possui um orçamento. A produção desses artefatos não é nosso objetivo final. Não somos uma empresa de construção civil. Como só podemos prestar serviços para a Prefeitura e para entes federados (é vedada a prestação de serviços para entes privados), a fábrica tem representado um prejuízo em torno de R$ 500 mil anuais. Estamos administrando a Empav como deve ser, como uma empresa”, justifica. Ainda sem data oficial para acontecer, o processo de fechamento já está em andamento.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinserpu), que representa os servidores que trabalham na fábrica, questiona a possibilidade. “Profissionais que se dedicam a décadas ao trabalho estão parados. Há um temor pelo futuro desses servidores. A Prefeitura fala em dificuldades financeiras e fechará uma fábrica como essa? Uma possível terceirização dos serviços irá custar mais ao Município”, argumenta Amarildo Romanazzi, presidente da entidade. José Eduardo minimiza as ponderações. Sobre a questão dos funcionários da fábrica, cerca de 18 entre efetivos e comissionados, o diretor-presidente afirma que todos serão reaproveitados sem qualquer tipo de prejuízo financeiro ou desvio de função, nos trabalhos realizados pela empresa para a PJF em parques e jardins.
Com relação à questão financeira, o diretor-presidente afirma que os custos de produção da fábrica estão fora da realidade de mercado. “Hoje, por exemplo, o custo de uma manilha de um metro e meio na fábrica é de R$ 92. No mercado, essa mesma manilha pode custar R$ 20 mais barato. Ainda temos que arcar com as questões tributárias, afirma José Eduardo, que revela que a Secretaria de Obras deve finalizar um processo licitatório para a compra de produtos atualmente produzidos pela Empav. Além do fechamento da unidade, o Sinserpu teme ainda que a divisão de pavimentação da Empav siga o mesmo caminho. O entendimento é o de que, assim como a fábrica de artefatos, a unidade vem passando por um processo de sucateamento nas últimas gestões municipais. “O cenário de abandono foi mantido na atual administração”, alerta Amarildo.
A Empav rechaça a possibilidade. “As usinas de asfalto continuam normalmente. Assim como a atuação em parques e jardins, a pavimentação é uma das responsabilidades da Empav. Só nos últimos dois anos, produzimos 86 mil toneladas de asfalto.” Caso a previsão de fechamento ocorra, a produção restante pode ser repassada à PJF por meio de doação ou, assim como o maquinário, ser leiloada. De posse do Executivo, o terreno onde hoje funciona a unidade, no Poço D’anta, retorna para o Município.