Emplacamentos caem 32% em JF
Juiz de Fora teve queda de 32% nos emplacamentos de veículos em janeiro deste ano ante a dezembro de 2014, passando de 1.376 para 932 unidades. Na comparação com janeiro do ano passado, quando foram emplacados 1.227 veículos, a redução foi de 24%. Os dados são do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv) e revelam, ainda, que a queda observada na cidade supera a verificada no estado. Em Minas, houve diminuição de 20,98% em relação a dezembro, e 26,97% ante a janeiro do ano passado. Para a entidade, o contexto econômico nacional e o retorno do Imposto Sobre Produto Industrializado (IPI) são os principais fatores que influenciaram os índices.
Na cidade, a maior retração foi com relação aos automóveis e comerciais leves. Enquanto em janeiro do ano passado foram regularizados 954 unidades e, em dezembro, 1.223, no primeiro mês de 2015 foram apenas 680. Nas concessionárias, o movimento de consumidores tem sido fraco, apesar de algumas ofertas do antigo estoque ainda estarem em vigor.
Na concessionária Novo Rumo, o consultor de vendas Álvaro Ribeiro credita a situação ao momento econômico que o país vive. “O consumidor está menos confiante e isso reflete no setor. A compra do carro exige maior poder aquisitivo e um comprometimento a longo prazo.” O gerente de vendas da Original Ford, Ângelo Paradinha, concorda e acrescenta o aumento do IPI como mais um fator que causou impacto nas vendas. “Ainda estamos conseguindo vender porque o estoque antigo garante a promoção, mas o ano começou bem difícil.”
Negociação
Apesar do contexto econômico difícil, o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, orienta que, ao contrário do que muitos pensam, esse pode ser um bom momento para a compra de um carro. Segundo ele, agora é uma boa hora para negociar com as concessionárias e garantir descontos. No entanto, antes de partir para a compra, o consumidor deve ficar atento a situação financeira em que se encontra. “A pessoa endividada, por exemplo, não deve nem pensar em comprar um veículo nesse momento. A prioridade dela deve ser sair desta situação.”
De acordo com o especialistas, aqueles que estiverem com as finanças equilibradas também devem pensar duas vezes antes de ir às concessionárias. “Se o consumidor não possuir dinheiro em caixa para comprar à vista, ele terá que financiar. E esse é o grande perigo, um passo para sair do equilíbrio financeiro e cair nas dívidas”, orienta. “A maioria dos consumidores só pensa no custo da compra e esquece que isso ocasionará diversos outros custos de manutenção.”
Para quem poupou e planejou a aquisição de um veículo, Domingos garante que o momento é oportuno. “Com a queda nas vendas, as chances de negociação são sempre melhores.”