Greve de professor em semana decisiva
A primeira das duas reuniões entre Prefeitura e Sindicato dos Professores (Sinpro) determinadas pela desembargadora Teresa Cristina da Cunha Peixoto foi realizada ontem à noite, mas não teve caráter conclusivo. Na primeira conversa entre as partes desde a audiência de conciliação ocorrida no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na última quarta-feira, o Executivo apresentou uma proposta com pequenas alterações com relação a ofertas anteriores. O Município considerou que a proposição traz como avanço a antecipação prevista para a incorporação aos vencimentos do percentual relativo à adicional de reunião pedagógica. Na última proposição, a adoção da medida estava prevista para o ano que vem.
Ao final do encontro, os professores – que estão em greve há 74 dias – consideram a negociação de ontem como inicial e esperam mais avanços para a reunião agendada para a amanhã, que pode ser decisiva antes de nova audiência de conciliação no TJMG marcada para sexta-feira. Coordenadora-geral do Sinpro, Aparecida de Oliveira Pinto reforça que o principal ponto de discórdia é o pleito pela retirada do artigo 9º da Lei Municipal 13.011/14, que autoriza à Prefeitura a concessão de reajustes diferenciados nas situações em que os salários dos professores da base da carreira estiverem abaixo do piso nacional. “Estamos dispostos a negociar outros pontos como o pagamento do índice, que poderia ocorrer de maneira escalonada, mas temos uma preocupação grande com o artigo 9º.”
Na proposta apresentada, o Executivo sugere uma readequação da redação do artigo, sendo a principal mudança a troca do termo “complementação salarial”, como consta na Lei, por “reajuste salarial”. Com relação ao índice, a Administração propõe 12,98% para os professores regente A (PR-A) e 3% – que seriam referentes a perdas inflacionárias entre maio e dezembro do ano passado – para as demais carreiras, percentual este muito abaixo do pedido pelos grevistas, de 13,01%. “O prefeito (Bruno Siqueira, PMDB) alega dificuldades financeiras e está irredutível com relação ao índice de reajuste”, afirmou o vereador Léo de Oliveira, presidente da Comissão Especial de Acompanhamento das Negociações Salariais entre Sinpro e PJF nomeada pela Câmara na última sexta-feira.