Inquérito sobre boato no Facebook é concluído em 24 horas
A Polícia Civil concluiu, na tarde desta quinta-feira (20), o procedimento oficial que apurou o caso envolvendo dois jovens de 15 anos e o desafio da Baleia Azul. O documento que conta com o depoimento dos adolescentes e dos pais deles foi encaminhado para avaliação da Vara da Infância e da Juventude. A Polícia confirmou que o adolescente autor da “brincadeira” editou uma imagem existente na internet e a postou em um grupo fechado do WhatsApp, do qual a vítima também é participante.
“Em um primeiro momento, o caso gerou risos, mas depois caiu em outro grupo de familiares e viralizou. Alguém começou a repassar a informação como se fosse vedadeira. Precisávamos investigar se havia um pano de fundo real ligado ao desafio. Mas não há”, afirmou, durante entrevista à imprensa, o delegado Eduardo de Azevedo Moura, responsável pela investigação. “Tão logo soubemos do caso, pelos pais que, com razão, estavam preocupados com seus filhos, demandamos o setor de inteligência para apurar o que havia de concreto na situação. Temos uma cautela maior com dados vindos da internet, face a fragilidade de manipulação dos dados”, acrescenta. No entanto, no fim da tarde, os pais de ambos os envolvidos foram à delegacia.
A postura dos responsáveis foi elogiada pela Polícia Civil. “Os pais acompanharam o caso de maneira integral. Isso permitiu a apuração e o encerramento do caso em menos de 24 horas. Essa situação nos alerta, principalmente, para a importância da responsabilidade sobre as postagens, e mais ainda sobre a retransmissão dessas notícias falsas. É preciso checar antes de compartilhar”,disse Moura.
Pais devem ficar atentos
A delegada regional, Patrícia Ribeiro, que também participou da entrevista, afirmou que os pais devem estar atentos, embora não exista motivo para pânico. “Ainda não temos nenhum registro de pessoas realmente envolvidas com esse desafio na cidade. Mas orientamos os pais que possam acompanhar os adolescentes, as atividades dos filhos na internet e verificar mudanças de comportamentos. É preciso fazer uma revisão dos perfis deles em redes sociais, para retirar informações, como endereço, escola ou outros dados que possam dar acesso à rotina familiar.” Ela explica que os jovens são aliciados a partir das informações que compartilham. “A vítima se coloca em risco, entregando de bandeja o que pessoas mal intencionadas precisam para ameaçá-las.”
O chefe do 4º Departamento de Polícia Civil, Carlos Roberto da Silveira Costa, disse que quem se vê vinculado ao jogo, de alguma forma, deve informar imediatamente aos pais. “O ideal é que o adolescente abra a situação para os responsáveis, depois, eles devem levar a situação para a polícia. É importante ressaltar que pessoas com depressão ou com algum problema psicológico estão mais suscetíveis. Há muitos jovens que veem no entretenimento alguma vantagem e acabam caindo em armadilhas. Os pais precisam ser mais próximos, conversar mais com os filhos”, considerou.
A mãe do autor da “brincadeira” conversou com a Tribuna e se disse assustada diante da repercussão do caso:
“Os meninos estão chocados. A brincadeira saiu do grupo deles, foi para um grupo de família, e alguém ficou com medo e postou. Isso causa certo pânico. As famílias estão juntas, foi ruim tanto para eles, quanto para nós. Não queremos uma exposição maior do que já aconteceu, porque todos estão muito assustados.”