Nove radares da BR-267 estão prontos para multar
Motoristas que trafegarem a partir de hoje pela BR-267 tanto no sentido Bicas, quanto na direção do Sul de Minas devem ficar atentos aos limites de velocidade. Os radares instalados na rodovia já estão aptos a autuar hoje após passarem por aferição do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Somente no trecho que coincide com o perímetro urbano do Bairro Retiro há três equipamentos instalados, dois deles na altura do km 91, na entrada e saída da ponte estreita, palco de inúmeros acidentes nos últimos anos. No trecho, a velocidade máxima é de 50 km/h. Outros três equipamentos também começam a registrar as infrações a partir de hoje entre os acessos a Igrejinha e Humaitá, entre os kms 121 e 124, local onde acidentes e atropelamentos fatais são recorrentes. Há cerca de uma semana, outros três radares já haviam sido aferidos nos acessos aos municípios de Bicas, Guarará e Maripá de Minas, todos cortados pela BR-267.
No trecho de Juiz de Fora, os aparelhos começaram a ser instalados em agosto e estavam operando em fase de testes até ontem, quando uma equipe de fiscalização de velocidade do Inmetro realizou a aferição dos aparelhos. Durante a parte da manhã, a vistoria foi realizada entre a estrada União e Indústria e o Bairro Retiro. O trânsito funcionou em esquema de siga e pare para que os testes fossem realizados.
A implantação dos fiscalizadores de velocidade é reivindicação antiga da comunidade do bairro, que sempre assistiu acidentes e atropelamentos no trecho, que acumula características de rodovia federal e área urbana. O estreitamento abrupto da pista sobre a ponte permite a passagem de apenas um veículo por vez, e a deficiência de calçamento e proximidade de uma escola potencializa os perigos também para quem transita a pé pela região. Para o presidente da Associação de Moradores do Retiro, José Adriano da Silva,os locais escolhidos para a implantação dos equipamentos são os mais problemáticos da região. “O tráfego de caminhões e carros é intenso a qualquer hora do dia, e a população precisava desta garantia de segurança”.
Além dos equipamentos, por inúmeras vezes, a comunidade cobrou a duplicação da ponte. No local, em 2013, 28 pessoas ficaram feridas na batida frontal entre dois ônibus da Viação São Cristóvão. Dois anos antes, a colisão entre uma carreta e um caminhão interditou o trecho por quase 13 horas, obrigando passageiros de ônibus urbanos a fazerem baldeação para continuar a viagem, e causando congestionamento de caminhões, já que a via é utilizada por caminhoneiros que seguem com destino à BR-116.
Comunidades ao longo da via comemoram
Moradores de Igrejinha e do núcleo urbano de Humaitá e a própria Polícia Rodoviária Federal (PRF) também comemoram o início da operação de três radares entre os kms 121 e 124 da BR-267. Desde a recuperação do pavimento, o trecho passou a ser conhecido como “Rodovia da Morte”, levando a comunidade a realizar inúmeros protestos, exigindo dispositivos de segurança. Em abril, após a morte de um motociclista de 37 anos e o capotamento de um carro, a comunidade chegou a fechar a BR-267 por duas horas e meia. Em maio, outros cinco óbitos ocorreram na estrada, levando a novos pedidos para a implantação dos equipamentos redutores de velocidade. De lá para cá, os acidentes não cessaram.
A perspectiva agora é de redução nos índices, segundo o chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da 5ª Delegacia de PRF, inspetor Flávio Loures de Barros. “O índice de acidentes com morte e, sobretudo, de atropelamentos é alto no trecho. A região é crítica justamente por ser interseção de rodovia com área urbana. Geralmente a velocidade empregada pelos motoristas é bem superior a que é utilizada em centros urbanos, e há os conflitos. Era fundamental a implantação dos redutores de velocidade na área, e a instalação foi resultado da negociação entre população, Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).”