PÉ NA ESTRADA
Desde a Gestão Fernando Henrique, quando o instituto da reeleição foi adotado no país, os políticos não fazem outra coisa senão fazer de um mandato o trampolim para o próximo. O próprio FH, com o sucesso do Plano Real, surfou no prestígio e se reelegeu já no primeiro turno, mesmo tendo como adversário, nas duas jornadas, o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva. Este, por sua vez, depois de convencer o empresariado de que não iria virar o jogo econômico, também navegou em águas calmas para conquistar dois mandatos seguidos.
Portanto, não há surpresa quando a presidente Dilma cruza o país de norte a sul e de leste a oeste fazendo inaugurações – inclusive de estádios – e anunciando desonerações para manter o aquecimento da economia, a despeito dos pruridos inflacionários. Até um pouco mais tarde que seus antecessores, ela age como candidata a mais um mandato e usa a força do cargo para obtê-lo.
A oposição faz o mesmo. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o senador tucano Aécio Neves criticou a presidente, acusando-a de leniente com a inflação. E até fez promessa: num governo tucano o país crescerá acima de 4% ao ano. Embora ainda esteja batalhando pelo apoio seguro e integral dos correligionários paulistas, o parlamentar mineiro também anda pelo país afora iniciando sua pregação. Também não poderia ser diferente. Para alguns, até com certo atraso.
Ainda sem definir se é aliado ou adversário do Governo, o pernambucano Eduardo Campos (PSB) criticou a pressa dos candidatos em fazer a campanha de 2014 em 2013, mas pecou no restante do discurso ao fazer um pronunciamento eminentemente de candidato. Segundo ele, seu partido tem projeto de nação e não de poder, mas também deixou parte da ação de governar Pernambuco para percorrer o país. Está em campanha.