PJF confirma saída de José Laerte, mas cargo está vago
Os burburinhos de que a permanência do médico José Laerte Barbosa na cadeira de secretário municipal de Saúde estava com os dias contatos passaram de boatos para realidade nas últimas 24 horas. Após evitar comentar o assunto, a Prefeitura confirmou ontem o afastamento do ex-vereador pelo PSDB do comando da pasta. “A Prefeitura de Juiz de Fora informa que o secretário de Saúde, José Laerte Barbosa, pediu demissão ao prefeito Bruno Siqueira (PMDB), alegando motivos pessoais e dificuldades que impedem que o Sistema Único de Saúde (SUS) seja universal”, diz nota oficial encaminha pelo Executivo à imprensa. No exercício da função desde o início da gestão de Bruno, em janeiro de 2013, José Laerte reforçou que a decisão foi de caráter pessoal.
“Ao longo dos meses, percebi muitas dificuldades de gestão da pasta. Principalmente, pela questão da judicialização, que parece não ter fim. Soma-se a isso, cobranças familiares para que eu me dedicasse a uma atividade menos desgastante e as dificuldades financeiras que o Município enfrenta – assim como todas as cidades brasileiras. É um cenário em que você fica muito pessimista e sem perspectiva. A população exige serviços e medicamentos – com razão, já que a Constituição garante -, e as prefeituras não conseguem fornecer tudo a tempo e a hora. Isso é extremamente desgastante. O gestor fica de pés e mãos amarradas. Falta o principal: os recursos financeiros para a tender a todas as demandas”, justificou o agora ex-secretário, em contato feito pelas reportagens da Tribuna e da CBN Juiz de Fora.
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Após a confirmação da saída de José Laerte, as especulações se voltaram para os nomes que poderiam assumir a pasta. Bem cotados no último final de semana, ex-secretários de Saúde Cláudio Reis e Cláudio Reiff nas gestões de José Eduardo Araújo e Custódio Mattos (PSDB), respectivamente, parecem descartados. Em contato feito pela reportagem, Reis, que ocupou a cadeira em 2008, afirmou que não havia sido convidado e optou por não comentar o assunto. Nos bastidores da política local, entretanto, corre a informação de que a sondagem de fato ocorreu, e o ex-titular da pasta teria optado por seguir na função que exerce no consórcio intermunicipal de saúde da região, o Cisdeste. Da mesma forma, Reiff rechaça os boatos em torno de seu nome e diz não ter interesse em assumir a cadeira.
Com o arrefecimento das especulações em torno dos ex-secretários, que, de certa forma, são próximos ao grupo que ocupou a Secretaria de Estado da Saúde nas recentes gestões tucanas entre 2002 e 2014, quando os deputados Marcus Pestana (PSDB) e deputado Antônio Jorge (PPS) passaram pela pasta, as apostas agora são de que o prefeito pode optar por uma solução interna. Tal cenário coloca o nome da Secretária de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Elizabeth Jucá, como possibilidade para assumir – inicialmente, de forma interina – o comando da Saúde. Até o fechamento dessa edição, a Prefeitura não havia confirmado o nome do novo titular, restringindo seus comentários sobre à nota oficial encaminhada à imprensa que confirmou o desligamento de José Laerte.
‘Coincidência’
A saída de José Laerte da Secretaria de Saúde acontece cinco dias após a interdição do centro cirúrgico e da Central de Materiais Esterilizados (CME) do Hospital de Pronto Socorro (HPS) pela Vigilância Sanitária. As unidades estão fechadas desde a última sexta-feira. Alheio aos boatos sobre seu desligamento, que cresceram após o impedimento parcial do HPS e dão conta de que a situação foi vista como “gota d’água” por Bruno Siqueira, o ex-secretário minimiza qualquer relação entre o fato e sua exoneração. “Minha decisão já vinha sendo amadurecida há algumas semanas”, afirmou. Resta saber se esta será a única troca de comando da pasta nos próximos dias ou se o Executivo optará por outras exonerações em cargos importantes, como subsecretarias, por exemplo, o que poderia ser um indicativo de que Bruno estaria insatisfeito com os rumos seguidos pela secretaria.