Plural, carnavalesco e purpurinado
Após o show dos locais do Capivara Endiabrada, a Praça Antônio Carlos recebe o máximo multiplicador sonoro Matheus VK, que lançou recentemente o EP “Purpurina”. Autointitulado “cantor do movimento rebolático, da Pélvis e de todos que ousam experimentar a felicidade”, o cantor e compositor apresenta pela primeira vez na cidade músicas como o frevo eletrônico “Desbunde” e as “carnavalizantes” “La Malemolência”, “Movimento rebolático” e “Pélvis”.
“Vou fazer uma mistura que conta com algumas músicas minhas, como a ‘Pélvis’, que vem pra fazer todo mundo mexer; vou lembrar um pouco do carnaval de Recife e Salvador com frevos e sambas-reggae e fazer algumas versões especiais para músicas como ‘Bloco na rua’, de Sérgio Sampaio, e ‘Vai vadiar’, de Monarco e Ratinho, mais conhecida na voz de Zeca Pagodinho”, adianta Matheus VK. “As minhas músicas propõem a dança, a alegria e a liberdade de ser quem a gente quiser; para mim, essas são características do carnaval. Então, mesmo não sendo músicas de carnaval, a proposta final é a mesma.”
Ainda que suas canções não tenham o ziriguidum telecoteco balacobaco típicos da folia de Momo, Matheus VK é um apaixonado pelos dias da folia, o que ajuda a explicar sua presença no Corredor da Folia. “O carnaval sempre foi o melhor momento do ano para mim. Desde muito pequeno, me lembro dos meus pais saindo pelas ruas de Ouro Preto fantasiados, meu pai sempre com uma fantasia que tivesse a ver com o lugar onde a gente morava: índio quando morávamos no Pará, baiana quando morávamos em Salvador… Já minha mãe sai até hoje com o vestido de noiva com que ela se casou (risos). Mas se for para pensar em um carnaval especial, o meu foi o de 2011. Primeiro ano do Bloco Fogo e Paixão, e o ano em que mais me diverti como folião; fui índio, pirata, Batman, mágico…”
Além de “Purpurina”, a carreira fonográfica do baiano Matheus VK inclui os álbuns “Outros tempos” (2008), “MVK” (2010) e “Vagalume” (2014) e ainda o DVD “Durantes” (2012). O seu novo trabalho, todavia, é o que mais se aproxima de sua verve carnavalesca. “No ‘Purpurina’, aproximo a linha autoral da minha faceta carnavalesca. Antes dele, meu trabalho autoral era mais introspectivo. Hoje o meu show tem a ideia de carnavalizar o cotidiano, alegria, liberdade e dança.”
Mas as atividades musicais do sujeito não se resumem apenas à carreira solo: ele também é vocalista da banda Fogo & Paixão, de versões carnavalescas do cancioneiro brega, é compositor do bloco Bangalafumenga, é integrante do grupo vocal 4 Cabeça e do Quarteto Primo. “Estou superfeliz ! Não conheço Juiz de Fora, mas minha família é mineira e, no caminho para visitar meus avós, em Divinópolis e Ouro Preto, sempre passava pela cidade, mas nunca parava por ser muito perto do Rio. Agora finalmente vou conhecer de verdade”, declara Matheus.