Responsabilidades na vida e na arte
Às vezes, a vida, realmente, imita a arte. Há três anos, Maitê Padilha era uma menina que se lançava, sem qualquer experiência, ao posto de protagonista de um novo projeto do canal Gloob, da Globosat. Na época, ainda tímida, disse à Tribuna que não sabia se nascia uma estrela. No entanto, a história da menina que precisou trocar a cidade pelo campo chega amanhã à terceira edição, conquistando a meninada, assim como a juiz-forana que a interpreta. Se, na nova temporada de “Gaby Estrella”, a personagem terá que aprender a lidar com novas responsabilidades ao participar de um reality show e ficar famosa, fora das telinhas, a atriz mirim vive os mesmos desafios.
“Tive que crescer bastante, porque agora eu trabalho, mas chego lá para gravar, e, de certo modo, é como se eu estivesse brincando. Também tenho que conciliar meus estudos com tudo isso e não tenho tanto tempo para descansar”, conta a adolescente de 14 anos que saboreia o bom momento da fama. “Antes, quando eu saía com minhas amigas, que eram muito escandalosas, a gente pagava muito mico. Agora tenho um pouco mais de vergonha, fico mais quieta, porque as pessoas ficam me olhando. Não sei se é por causa da Gaby, mas percebo que estou sendo observada o tempo todo.”
Foi na semana que antecedeu a edição deste ano do “Criança esperança” que Maitê conversou novamente com a Tribuna. Muito articulada para uma menina de 14 anos, ela acabou voltando a ser criança ao telefone quando confidenciou sobre sua ida ao Projac para a gravação do programa da Rede Globo. “Foi minha primeira vez lá. Estou muito feliz”, comenta ela, entre risos, voltando a falar sério ao refletir sobre o crescimento de Gaby na trama. “No reality, todo mundo é tão bom quanto ela. Ali, não tem ninguém de brincadeira. Para conseguir o que ela quer, vai ter que melhorar.” Nos episódios inéditos, que vão ao ar de segunda a sexta, às 20h, novos personagens, músicas e cenários serão apresentados.
Ela canta e interpreta
Maitê ganhou o papel quando fazia parte de uma agência. Além de noções de passarela, aprendeu teatro e TV em um curso de apenas um ano. Ao que tudo indica, tempo suficiente para abocanhar a vaga na novelinha teen. “Nunca fiz nada sério antes. Tinha acabado de entrar para um curso do Nado Grimberg, quando me chamaram para o teste. Tive que deixar o teatro, porque não tinha mais tempo”, diz a menina, jurando que aprendeu a lidar com as críticas a seu trabalho. “Prefiro usá-las para crescer. Quando não gosto, me calo. Aprendi que não podemos ouvir tudo. Não gosto de ficar me assistindo, mas gosto do meu trabalho. Esse é o primeiro ponto.”
Mesmo com tão pouca estrada, canta e interpreta diante das câmeras. Para o primeiro ano, fez aula de canto por um mês. “Depois não tivemos mais preparação, mas temos uma produção musical que nos acompanha sempre que tem música em cena”, afirma a atriz, que ficou sabendo da possibilidade de a atração ganhar um musical e percorrer o Brasil afora através da imprensa. A ideia não lhe desagradou, e ela garante: “Canto ao vivo sim, com certeza”.
Quando deixou Juiz de Fora para morar em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, por causa do comércio do pai, Maitê tinha 1 ano. Ela conta que aqui ainda moram seus tios, primos e até o avô, mas não costuma vir com frequência à terra natal.
Ficar marcado para sempre com um único papel preocupa qualquer ator. Muitos despontam pequenininhos, depois emplacam outras produções, e, na memória do público, permanecem o rostinho e a performance daquela criança que surgiu há anos. No caso da Maitê, ela assegura que essas inquietações existem, mas não chegam a ser uma grande preocupação. “Acho que a Gaby marcou né? Sei que as pessoas ficam te relacionando com o papel por um longo tempo. Espero que me conheçam como Maitê também. Mesmo assim, não me importo que se lembrem de mim como Gaby, porque é com ela que tive a chance de entrar para este meio. Tenho muita coisa para aprender ainda.” Contudo, ela sonha com novas possibilidades na carreira. “Tenho curiosidade de saber como eu lidaria com outros personagens. Queria fazer outros papéis, descobrir como é isso. Acho que, com Gaby, cresci um pouco mais, mas não conheço quase nada”, dispara a menina. “Agradeço muito a confiança depositada em mim. Eles apostaram numa pessoa que não tinha quase nada ainda.”