Séries que gostaríamos de assistir

Por JÚLIO BLACK

Oi, gente.

A TV e o cinema descobriram nos quadrinhos um filão inesgotável (em termos de quantidade) para produzir filmes, séries e animações. Sem fazer muita força, podemos listar apenas na televisão seriados como “Agents of S.H.I.E.L.D.”, “Demolidor”, “Arrow”, “Preacher”, “Luke Cage”, “Supergirl”, “Flash”, “Legends of Tomorrow”, “Jessica Jones”, “Gotham”, “Lucifer”, “I, Zombie”, “Powerless” e “Punho de Ferro”, entre outras, além das vindouras “Justiceiro” e “Defensores”. Parece muito, não? Mas o fã de HQs é um sujeito tinhoso, que sempre vai pensar “ah, mas bem que poderiam fazer uma série com fulano”, por isso fizemos a nossa lista de quadrinhos que gostaríamos de ver na televisão. Vamos às escolhidas.

Cavaleiro da Lua
Figura desconhecida para quem não conhece as entranhas do Universo Marvel, o Cavaleiro da Lua seria o personagem ideal para a parceria entre Marvel e Netflix no microcosmo urbano em que vivem Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro. Marc Spector é um mercenário que foi deixado para morrer no Egito por seus parceiros durante uma missão e é salvo por Konshu, o deus da Lua, ao aceitar ser o seu representante no mundo dos vivos. Ele assume então o manto do Cavaleiro da Lua, deitando porrada nos caras maus. Além de violento e urbano, Marc Spector sofre de esquizofrenia.

Sandman
Há vários anos rolam os boatos em Hollywood que o personagem reinventado por Neil Gaiman vai ganhar um filme, mas “Sandman” seria perfeito na televisão. Dá até para imaginar um canal como o HBO materializando as histórias de Sonho dos Perpétuos em seu universo onírico, com todos os demônios e criaturas fantásticas que o rodeiam. Qual fã não gostaria de assistir sem atropelos a histórias como “Vidas breves”, “A Estação das Brumas” e “Um Jogo de Você”? “Preacher”, adaptação de outra HQ da linha Vertigo, já mostrou que é possível levar quadrinhos adultos – e violentos, neste caso – para a telinha.

Os Invisíveis
Ok, esta talvez seja mais difícil, pois a série escrita por Grant Morrison entre 1994 e 2000 trabalha com alguns conceitos difíceis de digerir, além de ter muito sexo, drogas e violência – nada, porém, que uma Amazon ou uma Netflix não conseguisse resolver. Uma das inspirações para “Matrix”, “Os Invisíveis” mostrava uma célula anarquista tentando evitar que criaturas transdimensionais transformassem a humanidade em carneirinhos consumistas e alienados antes de rasgarem o tecido da realidade e conquistarem nosso planeta. Só as citações à cultura pop do século XX já valeriam a viagem.

Sweet Tooth
Criação de Jeff Lemire, “Sweet Tooth” foi uma das séries mais legais que li nesta década. A história se passa dez anos após uma praga conhecida como “O Flagelo” exterminar quase toda a humanidade, sendo que todas as crianças nascidas desde então são híbridas de humanas com animais – incluindo o protagonista, Gus, com traços de cervo. Ele e outros de sua espécie são caçados por vilões que têm planos nada saudáveis para os pobrezinhos. Além de não exigir muito em efeitos especiais, “Sweet Tooth” tem aquele clima de pós-apocalipse que faz tanto sucesso na TV, e um final de cortar o coração.

Y: O último homem
Mais uma HQ a ser considerada para a TV ou cinema, ela mostra um mundo em que todos os mamíferos machos – ou seja, com o cromossomo Y – morrem instantaneamente ao mesmo tempo, sem nenhum aviso prévio, com exceção do ilusionista Yorick e seu macaco de estimação, Ampersand. Ou seja: nada de Obama, Trump, Temer, Radiohead, U2, Patrick Stewart ou Cauã Raymond. Com 60 edições, a criação de Brian K. Vaughn mostra um mundo mergulhado no caos, em que as mulheres precisam assumir funções geralmente dominadas pelos homens e conviver com a noção de que estão fadas às extinção, pois até mesmo os espermas congelados morreram. Ah, e algumas moças, convencidas de que a natureza fez a coisa certa, decidem completar o serviço passando fogo no pobre Yorick.

Planetary
A minha série preferida nos quadrinhos não poderia faltar. Warren Ellis faz em menos de 30 edições uma homenagem à cultura pop do século XX, incluindo quadrinhos, faroestes, seriados japoneses, ficção científica, literatura pulp, filmes B e outras paradas nas aventuras do Planetary, equipe formada por Elijah Snow, Jakita Wagner e O Baterista que tem a missão de desvendar “a história secreta do século XX”. Também conhecidos como “Arqueólogos do Impossível”, eles têm como antagonistas uma versão maligna do Quarteto Fantástico, que vem mexendo os pauzinhos há décadas para controlar o destino da humanidade.

Imaginar que todas essas HQs possam se transforma em séries com personagens de carne e osso não deixa de ser utopia, mas nós que vivemos com a cabeça nestes universos fantásticos merecemos, pelo menos, o direito de sonhar. E se rolar, rolou.

Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

Júlio Black

Júlio Black

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