Táxi-aéreo tem pouca procura
Após dois meses da implantação do serviço de táxi-aéreo no Aeroporto Francisco Álvares de Assis (Serrinha), em Juiz de Fora, a iniciativa ainda não conquistou adeptos. A taxa média de ocupação dos voos que ligam a cidade ao Aeroporto de Belo Horizonte (Pampulha) é de 13,63%, conforme informações da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). Considerando que as operações são realizadas em aeronaves com capacidade para nove lugares, a taxa corresponde a um passageiro por voo. O registro é inferior à média de ocupação de 20,87% contabilizada pelos demais municípios do interior ligados à capital por meio do Projeto de Integração Regional de Minas Gerais – Modal Aéreo (Pirma), desenvolvido pela companhia. Apesar disso, a expectativa da Codemig é que a demanda juiz-forana aumente com o passar do tempo. Na avaliação de empresários, principal público-alvo do serviço, a baixa adesão se deve aos valores praticados. Embora reconheçam a importância e a necessidade de uma ligação aérea para Belo Horizonte, eles afirmam que o preço cobrado para o trecho, entre R$ 450 e R$ 500, é pouco atrativo.
Apesar da pequena demanda, a Codemig informou que a quantidade e os horários dos voos não sofrerão alterações. “Os voos acontecem na medida em que houver a aquisição de vouchers pelos passageiros”, explicou, por meio da assessoria. A procura dos passageiros de Juiz de Fora rumo a Belo Horizonte é um pouco maior do que no sentindo contrário, correspondendo a 56% das vendas da rota. Já as vendas para aqueles que estão na capital com destino ao Serrinha totalizam 44%. “A Codemig acredita em um aumento crescente da demanda e ressalta que o Pirma se trata de um projeto de fomento que requer tempo para sua devida consolidação. A demanda em Juiz de Fora tem bastante potencial de crescimento.”
O presidente do Centro Industrial, Leomar Delgado, diz que “a possibilidade de voos entre o Aeroporto da Serrinha e o da Pampulha sempre foi um sonho para os empresários juiz-foranos”. Apesar de considerar a ideia “excelente”, ele acredita que o valor da operação tem contribuído para a baixa adesão. “A demanda existe, pois o empresariado local tem foco em Belo Horizonte. Embora a gente entenda que a viagem de avião seja mais rápida, prática e tenha um custo mais caro para ser realizada, o preço cobrado ficou caro. As pessoas têm usado o serviço em casos emergenciais.” A opinião é compartilhada pelo coordenador executivo do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SHRBS), Rogério Barros. “As tarifas poderiam ser revistas, pois não atendem ao empresariado. A iniciativa é necessária e elogiável, pois é um motor para o desenvolvimento do turismo e dos negócios, mas os valores ficaram além do esperado.”
O diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) da Zona da Mata e presidente do Conselho Municipal de Turismo, Marcos Henrique Miranda, destaca que se trata de um projeto recente. “A rota é ótima, a demanda existe, mas o preço ficou muito salgado. Nós já tivemos voos com aviões maiores que faziam este percurso com valores mais baratos, que eram pouco superiores ao gasto de uma viagem de ônibus ou carro. Sabemos que a operação em aviões menores é mais cara, mas o preço tem sido pouco atrativo. É um projeto recente e, imagino, que ainda pode passar por ajustes.”
Relevante
Para o secretário de Transporte e Trânsito da Prefeitura de Juiz de Fora, Rodrigo Tortoriello, o Pirma vai ao encontro da vocação do Serrinha. “É um projeto extremamente relevante, focado em um público mais específico, e que é muito válido para a cidade, pois precisamos explorar a vocação do nosso aeroporto para esses voos regionais, que atuam com equipamentos menores e atendem esta demanda que deseja a ligação ponto a ponto”, afirma. “Nós daremos todo apoio que a Codemig precisar para que o serviço continue funcionando.”
Voos diários de segunda a sexta
O serviço de táxi-aéreo no Serrinha oferece voos diários, de segunda a sexta-feira, para o Aeroporto da Pampulha operados pela empresa Two Táxi Aéreo em aeronaves modelo Cessna Grand Caravan 208 B, com capacidade para até nove passageiros. A iniciativa faz parte do projeto Pirma, realizado pelo Governo do estado por meio da Codemig. A proposta pretende fomentar o desenvolvimento econômico mineiro conectando 12 municípios do interior à capital. As rotas e frequências foram definidas dando preferência para cidades que não são atendidas pela aviação regular.
No sentido Juiz de Fora – Belo Horizonte, há três voos na segunda-feira, nos horários de 10h30, 12h e 16h30. Na terça-feira, os embarques acontecem às 10h30 e às 16h. Na quarta-feira, às 10h30. Na quinta, são realizadas três operações nos horários de 10h30, 12h30 e 15h45. Para sexta-feira, estão agendados voos às 10h30 e 16h05. Já no sentido inverso, há três voos na segunda-feira com embarque às 9h29, 15h24 e 16h. Na terça-feira, os horários são 10h17 e 15h57. Na quarta-feira, há um voo às 15h50. Na quinta, estão agendadas partidas às 8h47, 13h36 e 15h42. Na sexta-feira, às 14h59 e 17h54. O voucher é vendido on-line pelo site www.voeminasgerais.com.br e por meio de aplicativo para tablets e smartphones.
(Conteúdo exclusivo para assinantes)