Uma confissão ardilosa
Crime eleitoral, crime de responsabilidade fiscal e crime de corrupção são alguns dos ingredientes prioritários que compõem o tempero usado na governança petista.
Em política, um chute contra seria uma estratégia de poder. Assim considerando, reconhecer o erro não constitui uma virtude. Lula admite que Dilma e PT mentiram para ganhar eleição, além de crime de responsabilidade fiscal apontado pelo TCU, contudo, Lula só não declarou a sua cota de participação nos governos anteriores.
O que disse Lula: “Tivemos um problema político sério, porque ganhamos a eleição com um discurso e depois das eleições tivemos que mudar o nosso discurso e fazer aquilo que a gente dizia que não ia fazer”. Nesse caso, ele apenas confirma que o seu Governo faz o que “dizia que não ia fazer”, mas não tocou na outra parte de grande valor ético e moral, que são as mentiras sustentadas durante os períodos eleitorais, e outras tantas que até hoje imperam as entrevistas e os discursos proferidos no Brasil e no exterior. São evidentes, e isso comprova que o Governo não governa para o povo, governa somente para sustentar o projeto de poder, seguindo fielmente os mandamentos do Foro de São Paulo. As mentiras fazem parte das promessas de campanha, em todos os palanques Brasil afora, desde a ascensão de Lula. Isso é fato.
Lula não faz declarações ingênuas, embora possa parecer à primeira vista. Faz tudo premeditado, maquiavelicamente. Ele não dá ponto sem nó e sabe conduzir perfeitamente o seu rebanho! Ao condenar os atos de Dilma, Lula revela a intenção de dar transparência ao PT, ainda que venha a complicar a defesa da presidente contra os crimes revelados. Contudo, o que se pretende também é passar ao povo a imagem de “sinceridade” e “humildade” do antigo Lula, com objetivos claros de blindar o PT nesse cenário de turbulências políticas, visando, acima de tudo, garantir pré-candidaturas petistas para 2016. Não é por acaso que tais depoimentos de Lula coincidem com o instante em que as investigações da Polícia Federal, através da operação “Zelotes”, se aproximam dele, ao chegar em sua própria família. E, principalmente, porque o Coaf encontrou movimentações financeiras suspeitas em suas transações bancárias e na de três ex-ministros petistas.
Lula reconhece, também, que hoje os partidos funcionam com base em grupos de interesse. Mas, afinal, quem foi que formou a maior base aliada – ou alugada – da história mundial, para garantir a governabilidade e a perpetuação no poder? Para que serviram 39 ministérios e milhares de cargos de confiança sem concurso? É justamente para isso que serve o regime de coalizão: toma lá, dá cá. E ele soube tirar um bom proveito, até então. Se neste momento a coalizão está desfeita, isso se deve exclusivamente a quem? Se o Governo transformou-se num sapinho feio, a culpa é do próprio PT, sem dúvida.
A presente conjuntura brasileira não exige apenas reformas políticas e medidas econômicas mágicas para fazer o país sair da crise. A persistir esse Governo, tudo só pode piorar, e é lógico que a situação ficará insustentável. Caos político e econômico tem limite, e já não há mais espaço para ficar estocando vento. O Governo está sem credibilidade!