UNIDOS PELA FÉ
Os candidatos à Presidência e aos governos dos estados falam bastante de segurança pública, mas não descem a detalhes como o que fazer para enfrentar o flagelo das drogas. Ao que tudo indica, insistem apenas na repressão, que já se mostrou ineficaz, pois o tráfico repõe seus agentes sem qualquer dificuldade. Ainda não se encontrou uma saída definitiva para o problema. No Uruguai, a liberação da maconha ainda é uma experiência, mas há outras drogas, como o crack, já encontrado praticamente em todas as cidades brasileiras.
Mas se o Estado peca nas suas ações, outras medidas têm sido tomadas pelo viés do usuário. A marcha que reuniu cerca de dez mil pessoas no último sábado nas ruas da cidade foi um bom exemplo. Católicos e evangélicos esqueceram suas diferenças e, pela fé, entenderam que é hora de um esforço coletivo, pois o tráfico, com suas ações, tem destruído famílias e desconstruído lares.
As igrejas – e não é de hoje – têm tido um trabalho importante no tratamento e na recuperação de dependentes, pois é consenso que o resgate de tais pessoas é a forma mais eficaz para reduzir o consumo. Não é uma tarefa fácil, por enfrentar não apenas as recaídas, mas também por ter um suporte financeiro aquém do necessário. Há, é certo, esforço de outros setores, inclusive oficiais, mas o número de espaços de recuperação ainda é precário na maioria do país.
O enfrentamento às drogas deve ser feito por várias frentes, uma vez que o uso atrai sobretudo jovens, os quais, sob falsas promessas e até por envolvimento em ações de grupo, acabam sendo atraídos para um vício que, em boa parte das vezes, termina de forma trágica.